quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A PALAVRA


Com a mesma palavra, dizes horrores, alegrias, desventuras e elogios
Porque, como o cristal adere à luz do Sol e assume cores diversas,
A palavra, largada ao seu critério, diz coisas distintas e imprevisíveis;
Apodera-se de qualquer significado. Ela sabe reivindicar auxílio!

Se a abandonas solta e sem alguém para assessorá-la,
Ela mente, ofende, rouba significados e ganha extensão.
Ela é esperta! Que a mente humana é criativa demais sabe, de antemão.
Basta uma palavra para lhe oferecer sinónimos, desencadear abraços ou violência.

A palavra é como o espelho: reflecte de quem a encara a experiência.
Ela é comprometedora e irrequieta, dai que precise de alguém,
Uma pessoa que lhe assegure o significado estático, confinado à intenção.

Se expões a palavra ao meio ambiente sem protecção,
Ah! O vento das mentes férteis lhe rouba as partículas e as leva para longe;
Longe da intenção e da origem para outros intentos e outras paragens gramaticais.

Sabes, a palavra é nómada que nunca abandona a sua procedência.
Ela apenas adere a curiosidade de quem ousa testa-la fora da residência.
A palavra, não raras vezes, diz ser como a água: é flexível e aventureira.
Conquista formas, muitas e diversas. Aliás, é mais conquistadora que aventureira.

Eis que percorre tempos e espaços diversos até atingir culturas e línguas diversas.
Conquistou a aceitação entre outras palavras de outras línguas e, por vezes, as substituiu;
Como os homens conseguiram entre outros homens reconhecimento e aceitação, e diz:

Se teu esposo te elevar, ganharás outros sem o traíres; mantendo a fidelidade!
Se ele (dono) me reconhece sua, ao meu dono Eu sou fiel.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Intersessão

Camaradas, deixem o Presidente morrer,
Na eternidade da missão cumprida.
Deixem-no ter cumprido o seu dever,
Pela mão de quem tenha a lição aprendida!
Deixem o Marechal tranquilo sob o silêncio do primeiro tiro,
No retiro cómodo da bandeira opressora destituída,
Ressuscitando apenas em cada bailado da bandeira de 25 de Junho,
Como quem concorda em Ave Maria…
Eternizem-no em cada passo de dança de bem-estar,
Em cada sentença justa, na asa do seu eco educativo,
Consintam o seu morrer em cada dígito ganho no per capita
Embalem sua alma ao descanso no vento da nossa bandeira em cada pódio!
Deixem-no morrer para viver no mundo dos seus ideais,
Com a felicidade do peixe no prato de quem alimenta,
Como o sorriso da cinza da lenha que tenha cozido xima
Matemo-lo, camaradas, com o punhal do patriotismo e unidade nacional,
Sepultemo-lo na consciência da moçambicanidade por construir;
Soltemos sua alma em cada assobio de alívio da pobreza…
Matemo-lo, compatriotas, e seremos fieis aos seus ideais,
Convidemo-lo cada dia para celebrar o nosso desenvolvimento, kanimanbamente!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Introdução

Caros amigos leitores, ao criar este blog, embalei-me na intenção de partilhar inspirações que me ocorrem nesses quotidianos diversos e dispersos, coisas essas que umas vezes trarei sob a "forma" de poemas, outras vezes refugiadas em prosas e ainda em comentários, ensaios académicos e crónicas. Gosto de fazer fotos de coisas e eventos que me ocorram interessantes no instante...embora sem mestria, quando tiver a certeza de que sejam interessantes, partilhá-las-ei convosco. E uma das coisas que me praz fotografar são as maravilhas que minha esposa faz na cozinha, especialmente na pastelaria...aguardem e vão gostar!